domingo, 25 de dezembro de 2016

A Astrologia e Nossas Celebrações

Nestes tempos agora eu estou fazendo um exercício de sentir a essência de cada signo solar na minha própria vida e no ambiente ao meu redor. É uma prática que já tem alguns meses, e que me faz perceber certas relações entre nossas celebrações e os signos solares.

O Carnaval, por exemplo. Às vezes acontece em Aquário, onde as ideias se ampliam e se inter-relacionam de uma forma muito mais elaborada e mais criativa (quando é no começo de fevereiro) e às vezes está na vibração de Peixes, tendendo a trazer um certo acúmulo de energia, tenso, movimento contido (o pisciano sabe bem o que é isso). Como será que essa dualidade se reflete no carnaval?.

Já a Páscoa é um feriado religioso. No judaísmo, é relacionado à libertação da escravidão no Egito. No cristianismo, seria a celebração da ressurreição de Cristo. Em ambos os casos, acontece em Áries, o signo da energia incontida, capaz de quebrar velhas estruturas (seja quebrar a escravidão, seja quebrar a morte).

O dia de Tiradentes, 21 de abril, símbolo da inconfidência mineira contra o domínio português, entra na área intermediária entre Áries e Touro. Tem algo da energia de Áries, mas também tem a solidificação inicial de Touro. Ou seja, um passo concreto na direção que se almejava prosseguir.

Já o dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, aconteceu no signo de virgem, que traz a necessidade de uma escolha concreta, exigente, consciente.

A Proclamação da República então, 15 de novembro, aconteceu bem no signo de Escorpião. Escorpião exige introspecção, uma avaliação franca daquilo que nos corresponde ou não. Ora, a proclamação da república foi justamente motivada pela insatisfação da classe então dominante em relação ao império

Sobre esta data, o que chama a atenção é que é normalmente nela que tomamos nossas decisões mais importantes no âmbito da política, através do voto. Justamente quando Escorpião nos conecta com nosso próprio íntimo.

Curioso aplicar a astrologia dessa forma. Descobrindo o que cada etapa significa e como podemos agir para fazer o melhor de cada momento. É um trabalho diferente do que simplesmente dizer "Esse ano vai ser assim" ou "Esse ano vai ser assado".

Agora temos o Natal e então o Ano Novo, dias depois da entrada em  Capricórnio. Impressiona como a mudança de um signo para o outro acontece e a realidade se transforma, mesmo que as pessoas só percebam isso depois. Na entrada de Capricórnio, a rotina da cidade muda. É quando muita gente resolve tirar férias.

Férias? Aparentemente isso não tem nada a ver com capricórnio, pelo menos não como uma espécie de evento característico. Ora, Capricórnio vibra trabalho, sacrifício, uma visão de que algo precisa ser feito agora, para um bem maior. O detalhe é que aparentemente tudo se resume a comprar presentes, convidar parentes, agendar viagens, e talvez pudesse ser algo mais significativo para nós mesmos, e é.

É quando nos dispomos a fazer algo diferente para o outro ano. É por isso que concentramos tanto esforço em celebrar esse período.

Isso me faz questionar sobre o quanto realmente o trabalho (nos outros períodos do ano) nos realiza. Quantos de nós deixaríamos de trabalhar se, de repente, ganhássemos uma fortuna? Será que os valores que cultivamos no trabalho realmente correspondem ao ímpeto capricorniano? Trabalhamos por ideal ou por mera necessidade de sobrevivência? Afinal Capricórnio nos leva justamente a esquecer a rotina.

O estímulo desse período está aí, recorrente, na mesma época todo ano, porém cada pessoa responde conforme seu próprio preparo. Em geral muitos respondem da mesma forma. Ainda assim, esse é um bom período para refletir sobre o quanto nosso dia-a-dia está (ou não) sendo significativo, e começar a fazer algo a este respeito.

De fato nós fazemos muitos votos à cada entrada de um novo ano (também sobre essa influência capricorniana). Vem aquele propósito de transformar tudo, de fazer o próximo ano valer mesmo a pena. E nem sempre isso acontece. Tudo volta a ser como antes? Porque será?

Talvez sejam velhos conceitos que não mudam. Limitações que consideramos normais. Escolhas conscientes ou inconscientes que se repetem.

Enfim, fica a dica para mudar o próximo ano. Descubra onde quer investir seu esforço agora, nesse momento capricorniano. Leve à sério os votos que pretende realizar, e então priorize esta escolha.

Um feliz Natal e um feliz Ano Novo a todos!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Se Eu Fosse Deus

Uma reflexão. Talvez um tanto que poética, simplificada demais, imprecisa, mas eu acredito que é bem adequada até mesmo como metáfora para repensar a natureza do divino.

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Se Eu Fosse Deus

Se eu fosse Deus, eu me entediaria de saber tudo sobre o futuro, sobre as coisas, sobre ser tão perfeito.

Eu me entediaria de mim mesmo. Eu dissiparia a mim mesmo, desintegrando-me em pura luz, espalhando em todas as direções, tal como um quebra-cabeças, sem olhos, sem ouvidos, sem boca, sem nada.

Só o impulso de unir-me e o impulso de separar-me. Só a habilidade de perceber, a habilidade de estimular, revelar energia, para gradualmente integrar de novo. Só para formar de novo um quadro e, talvez, um quadro diferente.

Cada fragmento de mim seria como um ser novo, tornando-se mais consciente a medida que se unisse a outros fragmentos, tornando-se mais inconsciente a medida que se separasse de outros (mais tarde eu chamaria isso de Bem e Mal). Eu olharia para mim mesmo e não me reconheceria. Acharia ressonâncias dentro de mim. Feriria a mim mesmo, sem mesmo perceber que seria eu lidando comigo mesmo.

Muito de mim iria reconstruir estrelas, e das estrelas novas estrelas, e daquelas estrelas planetas. Galáxias, buracos negros, buracos de verme. Eu os reconstruiria todos.

Algumas vezes eu me tornaria seres especialmente conscientes, capazes de replicar a si mesmos, mas eles não perceberiam que cada um deles simplesmente seria eu. Lutariam pela sobrevivência, ainda sem entender que não poderiam realmente morrer, porque seriam eu (e eu não poderia morrer como um todo). De fato, como eu os seria, no fim das contas sou eu que não seria capaz de entender nada disso.

Alguns seres que me tornaria seriam ainda mais conscientes. Até mesmo iriam suspeitar que se assemelhavam a mim.

Eu adoraria a mim mesmo, oraria a mim mesmo. Odiaria a mim mesmo. Causaria guerras por causa de mim mesmo mas, de repente, iria perceber que era apenas eu mesmo.

Surpreendente.

Uma intuição. No começo eu não acreditaria mas então, mais e mais, isso retornaria à minha mente, pela mente dos mais diversos seres que eu teria me tornado.

Eventualmente eu reintegraria a mim mesmo, e talvez eu me lembrasse de algo do começo. Finalmente, eu acredito que me entediaria de novo e começaria tudo mais uma vez...