Ultimamente
eu tenho falado a respeito daquela que seria a experiência de contato
com o SAG (Sagrado Anjo Guardião) ou HGA (que é o termo em inglês) ou
KIA (usando a terminologia do Austin Osman Spare na Magia do Caos),
sempre com a ressalva de que estes termos são apenas rótulos. Eu
procurei definir esta experiência tanto de uma forma impessoal (O Maior Círculo em que Alguém Pode se Iniciar) como também passando um relato pessoal (Falando de Minha Própria Iniciação na Magia),
sendo que estes dois posts pretendem descrever até o momento em que se
tem a comunhão com o SAG. Anteriormente eu vim escrevendo sobre como
explorar o subconsciente, com alguns princípios para se criar uma
verdadeira rede de ressonâncias interiores. A questão é: o que acontece
com esta rede que foi desenvolvida? O que vem depois?
Como
eu coloquei no meu relato pessoal, o que se passou foi algo muito
intenso e foi de fato uma congruência tanto minha quanto de toda a rede
de ressonância que eu estava criando. Quando essa congruência aconteceu,
foi como se aquela percepção daquele Círculo maior se espalhasse por
toda essa rede interna, deixando uma imagem deste Círculo dentro de mim.
Da mesma forma, uma imagem minha se formou também, mais nitidamente, só
que na consciência que forma o Círculo (ou seja, no Cìrculo em si). Daí
o fato de que, apesar daquele estado de consciência que durou alguns
minutos ter passado, ainda assim meu caminho na magia foi totalmente
reorientado por aquela experiência. Eu só consigo entender isso como uma
mudança de dois lados, de forma que eles se aproximem cada vez mais,
por ambos terem sido mudados.
Essa
não é, de forma alguma uma vivência única, de poucas pessoas. Muitos a
tiveram e muitos a continuam tendo. De fato, quando se fala em magia, em
tornar-se um mago, ela é primordial. É o primeiro passo: a iniciação.
Por mais especial que ela possa parecer (e é), ela é só o princípío e as
pessoas não deveriam estranhá-la ou mistificá-la. Mas, ainda assim, o
princípio é importante porque sem ele o restante não se segue e, falando
nisso, o que vem logo em seguida é a maturação do relacionamento com a
rede de ressonância que se veio criando, e é sobre isso que eu pretendo
começar a escrever a partir de agora. Eu vou deixar o contato com o SAG
de lado por um tempo, mencionando talvez apenas eventualmente, quando
for apropriado. Afinal não há porquê ficar prolongando demais a narração
de um momento específico. A partir de agora, eu vou me concentrar por
um bom tempo na relação com a rede de ressonância que havia sido criada
antes deste contato, enfocando como esta relação muda.
Depois
da intensidade da congruência, que pode ser comparada a uma “descarga
de energia” interior, a rede de ressonância se acalma, e os próprios
propósitos individuais do mago se acalmam também. Isso porque, depois do
impacto, deve vir uma maturação e uma reestruturação. Isso leva vários
anos e é comparativamente bem mais agradável do que o estágio inicial de
busca da congruência interna (embora tenha seus nuances, às vezes mais
prazerosos e às vezes menos). Já de início, os conflitos que se sentia
até então são aliviados, em parte porque a rede de ressonância interna
do mago já produz alguns futos concretos (embora de uma forma um tanto
que autônoma), mas também porque, em outra instância, no Círculo em que o
mago se iniciou, também ficou mais nítida a marca do mago em si, e este
Círculo toca toda a realidade. Assim na Terra como no Céu. Ou, o que
está acima é como o que está abaixo.