sábado, 7 de dezembro de 2013

Porque Escolhi o Caminho da Mão Esquerda

As pessoas possuem os mais diversos critérios para definir o que consideram magia branca e magia negra. Muitos relacionam a via sinistra (a do caminho da mão esquerda) à magia negra, enquanto associam o caminho da mão direita à magia branca. Pessoalmente eu não concordo com este tipo de associação e quero acrescentar aqui minha definição pessoal sobre o que considero ser o real divisor de águas entre estes dois caminhos (da mão esquerda e da mão direita), o qual acredito que seja a experiência com Choronzon.

Alguns o consideram um demônio, enquanto outros acreditam que seja meramente uma espécie de dinâmica (um efeito sem personalidade). Na realidade eu já comentei muito sobre minhas próprias experiências com Choronzon em posts anteriores (veja O Início de uma Experiência Assustadora com meu Inconsciente, Um Tempo com Choronzon, A Lição que se Aprende com Choronzon e Entendendo o Papel de Choronzon), mas é óbvio que ainda não esgotei o que gostaria de comentar sobre este tema, como vou demonstrar agora.

Um certo tempo após o encontro com meu Santo Anjo Guardião (veja o post Falando de Minha Própria Iniciação na Magia), eu tive uma experiência de confronto com este ser. O mais interessante nesta experiência é que eu pude ver refletido meu ego, com todas suas ilusões sedutoramente ampliadas. Ao perceber minhas ilusões, eu pude lidar com elas objetivamente pois estas haviam perdido grande parte do poder de manipular-me.

Percebi que o ego fazia-me negar infinitas possibilidades apenas para afirmar um “ideal” que não me satisfazia, que traduzia-se em crenças que me foram instiladas desde minha infância. Eu considerava-me inferior ao comparar-me com os padrões assumidos nestas crenças. Considerava-me fraco, incompleto, cheio de necessidades e com desejos questionáveis. Considerava-me um fracasso por não ser quem eu acreditava que deveria ser. O encontro com Choronzon me fez perceber a insanidade a que eu me impunha ao tentar medir-me por padrões praticamente inatingíveis.

Questionei então se era eu que de fato estava errado por causa de minhas necessidades (às quais eu tentava ignorar e jamais conseguia) ou se o erro estava em ter assumido um sistema de crenças e valores que não inventei, através de uma fé a qual eu não questionava. Foi aí que resolvi abrir-me para a amplitude que existe dentro do inconsciente. Há infinitas possibilidades ali. O que me assustou, a princípio, foi como esta diversidade mostrou-se escura, um tanto demoníaca. Afinal era assim que eu havia me acostumado a julgar esta diversidade, e é assim que o mundo também costuma julgá-la.

Nenhum ser dos que se consideram iluminados apresentou-se ali. Estes seguem regras estritas e possuem caminhos rígidos. Não estendem a mão para quem julgam não possuir o mérito de conhecê-los. Por outro lado, aqueles que se apresentavam receberam-me com cordialidade e passei a interagir com eles, principalmente nos sonhos. Foi assim que optei pela via sinistra, pelo caminho da mão esquerda, o mergulho dentro do inconsciente, e jamais me arrependi. Não encontrei ali o ódio, e sim o profundo amor pela diversidade.

Hoje em dia afirmo conscientemente que amo profundamente aquilo que muitos temem, não por vantagens que isso poderia trazer, pois estas vantagens são ilusórias. O mundo vem instilando há muito tempo o conceito de que a diversidade é malígna e que somente uma opção é benígna. Muitos acreditam nisso e, inspirados por má índole, buscam a via sinistra. São escolhas inconscientes que sempre levam à desilusão.

No meu caso, a escolha pareceu-me simples: era permanecer em um caminho cada vez mais estéril por isolar-se de tudo o mais (o que antes eu julgava ser o caminho certo), ou permitir que toda uma multiplicidade de influências viesse a mim. A opção lógica era abrir-me à diversidade. Eu desconhecia então os conceitos de caminho da mão esquerda (em que acontece a abertura ao inconsciente) e caminho da mão direita (que isola de si grande parte do inconsciente, negando-a). Para mim a escolha parecia ser óbvia. Levei algum tempo para compreender que o caminho que havia escolhido não era o mesmo trilhado por muitos outros.

Ultimamente eu tenho percebido que o caminho da mão esquerda está se tornando mais reconhecido pelas qualidades que tem, e não pelos desejos mesquinhos dos tolos. Isso é bom porque é um caminho para a vida, porque a vida é ampla e múltipla. Precisamos comungar com a vida e não subjugá-la.

8 comentários:

  1. Tambem pensava como vc , mas o tempo passou e aprendi que para me realizar plenamente precisava aprender a lidar com os dois caminhos , o consciente e o inconciente, direita e esquerda.Equilibrar os dois é o casamento alquimico do qual Jesus falava.Um completa o outro.O positivo e o negativo que produz a energia que nos completa.

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  2. Obrigado por comentar!

    Na realidade minha postura é evitar negar a pluralidade do inconsciente. Procuro aproximar-me do que me afirma e isolar-me do que me nega. Repare que não busco negar o que me nega, e sim isolar-me.
    No entanto, principalmente no caminho da mão direita costuma acontecer uma postura de negação contra tudo que seja alheio a um código moral estrito. É esta postura de negação que não encontra ressonância em mim.

    Quanto ao equilíbrio entre consciente e inconsciente, eu concordo plenamente. De fato o insconsciente torna-se cada vez mais consciente a medida que o conhecemos. O importante é comunicar e integrar sempre estes dois lados de si mesmo.

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  3. 93, caro amigo. Parabéns pelo blog. Peço perdão por comentar um post tão antigo, mas não pude deixar de me embrenhar pelos arquivos e ler sobre sua experiência. Acabei de escrever algo sobre isso no meu próprio blog que comecei a pouquíssimo tempo: essas dicotomias das quais você trata nesse post não são tão importantes quanto as relações que elas produzem e a forma pela qual interagimos com elas. A pluralidade deve ser valorizada e nunca tolhida! Que seu caminho continue iluminado de sabedoria e plena realização. 93,93/93 F.V.T.

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    1. Olá Frater Vagus Tenebrarum!

      Que bom receber seu comentário aqui :) Na verdade, concordo totalmente sobre a importância da reação às dicotomias. Aliás, sem esta reação acredito que não haveria valor algum na experiência.

      Sem problemas sobre comentar posts antigos. Considero cada post como uma "entrada" totalmente válida ao blog. Fique à vontade para ler e interagir em qualquer ordem. É claro que alguns posts podem ser interessantes de se seguir numa certa ordem, porém ainda assim, leia-o da forma que desejar.

      Muito obrigado!

      OMQNS

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  4. amigo estou aqui por uma duvida o pendulo funciona mesmo que fechar os plhos e ver uma imagem ou personagem o mesmo que viagem astral eu tentei muitas veses ver o inconciente mas a unica coisa que vi foi retangulo com o numero 50-50 eu nao entendi nada essa viagem no inconciente funciona mesma mcoisa que usando o pendulo?

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  5. amigo estou aqui por uma duvida o pendulo funciona mesmo que fechar os plhos e ver uma imagem ou personagem o mesmo que viagem astral eu tentei muitas veses ver o inconciente mas a unica coisa que vi foi retangulo com o numero 50-50 eu nao entendi nada essa viagem no inconciente funciona mesma mcoisa que usando o pendulo?

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá! Dexculpe eu demorar tanto tempo para responder. A mensagem acabou caindo em um filtro e eu não a vi. Vi agora, por acaso. Então, o pêndulo foi sim um artifício que eu usei para entrar em contato com o subconsciente, embora naquela época eu acreditasse que estava falando com algo externo a mim, e não interno.

      O ponto é que nem tudo no subconsciente nos é agradável (se você reprime algo em si mesmo, por exemplo, isso se volta contra você, e leva um bom tempo, muito tempo, para fazer as pazes com estes lados), da mesma forma que nem todas as respostas correspondem à nossa realidade externa, objetiva. Por isso, não confie cegamente no pêndulo.

      A questão do retângulo, 50 x 50, é um tipo de quadrado. O quadrado é uma forma associada à coisa concreta, materializações por vezes iniciais. Porém não são tipicamente materializações perfeitas. São primeiros passos.

      50 mais 50 é igual a 100. Potências de 10 são normalmente associadas ao intelecto humano. Somos nós que contamos com base nos nossos dez dedos. A natureza tem ciclos com outros múltiplos, tipicamente 12. Isso deve implicar que, qualquer que seja a materialização inicial, deve ser algo compreensível ao seu intelecto.

      De fato já se passaram três ou quatro meses que você entrou em contato. Provavelmente você já tem uma ideia do que se trata essa materialização.

      Enfim, até onde eu pude interpretar é isso. Fiquei curioso no motivo da sua busca. O que está buscando no inconsciente? Está tentando acessar uma fonte dentro de si mesmo?

      Desculpe novamente por não ter visto a mensagem antes. Disponha!

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