sábado, 8 de setembro de 2012

A Linha Tênue entre o Bem e o Mal

Uma das questões mais comuns a respeito de se causar transformações na realidade se refere a como optar conscientemente pelo bem ou pelo mal. A explicação mais simples para esta questão, e excessivamente óbvia, é que uma ação benígna causa o bem, e uma ação malígna causa o mal. Porém, apesar desta ser uma definição simples, quando a observamos em detalhes, encontramos diversos pontos questionáveis. Isso porquê frequentemente vivemos situações em que impera a competição, onde o sucesso de um implica no fracasso de outro, de forma que, se por um lado é realizado um bem para alguém, por outro se realiza um mal para outra pessoa.

O bem puro, fora de condições competitivas, em muitas situações práticas, parece estar relacionado às situações de abnegação, as quais não são o interesse exclusivo da maioria das pessoas, pois praticamente todos desejam realizar algo para si mesmos. A primeira noção que surge é de que existe uma contradição intrínseca entre o bem do indivíduo e o bem coletivo. Se focalizarmos no bem do indivíduo, a coletividade se prejudica. Por outro lado, se focalizarmos apenas no bem coletivo, a individualidade se prejudica. Assim, temos um paradoxo e, se pretendemos nos sentir bem com nossas consciências, precisamos descobrir formas de transcendê-lo.

É claro que podemos optar por não agir intencionalmente, uma vez que não sabemos como lidar com esse paradoxo mas, dessa forma, apenas deixamos de agir conscientemente para agir inconscientemente, sem pensarmos nas consequências do que criamos. Agir assim é saber que se pode causar o mal e sedar a consciência para que as decisões se tornem mais fáceis. Porém isto não nos isenta de nossa responsabilidade, de termos de responder por nossos atos.

A partir de agora, os posts deste blog serão menores: mais reflexivos, menos conclusivos. Resolvi fazer desta forma porque as pessoas precisam de tempo para pensar, para relembrar suas experiências e para experimentarem. Não tenho interesse em escrever palavras finais e indiscutíveis, mesmo porquê o que estou expondo não é final, nem muito menos indiscutível. O melhor mesmo é que seja um diálogo. O único ponto neste diálogo que torno obrigatório é que as pessoas se identifiquem. Não acho justa a expressão protegida pelo anonimato. Afinal, se mostro minha cara também considero justo o mesmo tratamento,não é?

Nenhum comentário:

Postar um comentário