Uma
das questões mais comuns a respeito de se causar transformações na
realidade se refere a como optar conscientemente pelo bem ou pelo mal. A
explicação mais simples para esta questão, e excessivamente óbvia, é que uma ação benígna
causa o bem, e uma ação malígna causa o mal. Porém, apesar desta ser
uma definição simples, quando a observamos em detalhes, encontramos
diversos pontos questionáveis. Isso porquê frequentemente vivemos
situações em que impera a competição, onde o sucesso de um implica no
fracasso de outro, de forma que, se por um lado é realizado um bem para
alguém, por outro se realiza um mal para outra pessoa.
O
bem puro, fora de condições competitivas, em muitas situações práticas,
parece estar relacionado às situações de abnegação, as quais não são o
interesse exclusivo da maioria das pessoas, pois praticamente todos
desejam realizar algo para si mesmos. A primeira noção que surge é de
que existe uma contradição intrínseca entre o bem do indivíduo e o bem
coletivo. Se focalizarmos no bem do indivíduo, a coletividade se
prejudica. Por outro lado, se focalizarmos apenas no bem coletivo, a
individualidade se prejudica. Assim, temos um paradoxo e, se pretendemos
nos sentir bem com nossas consciências, precisamos descobrir formas de
transcendê-lo.
É
claro que podemos optar por não agir intencionalmente, uma vez que não
sabemos como lidar com esse paradoxo mas, dessa forma, apenas deixamos
de agir conscientemente para agir inconscientemente, sem pensarmos nas
consequências do que criamos. Agir assim é saber que se pode causar o
mal e sedar a consciência para que as decisões se tornem mais fáceis.
Porém isto não nos isenta de nossa responsabilidade, de termos de
responder por nossos atos.
A
partir de agora, os posts deste blog serão menores: mais reflexivos,
menos conclusivos. Resolvi fazer desta forma porque as pessoas precisam
de tempo para pensar, para relembrar suas experiências e para
experimentarem. Não tenho interesse em escrever palavras finais e
indiscutíveis, mesmo porquê o que estou expondo não é final, nem muito
menos indiscutível. O melhor mesmo é que seja um diálogo. O único ponto
neste diálogo que torno obrigatório é que as pessoas se identifiquem.
Não acho justa a expressão protegida pelo anonimato. Afinal, se mostro
minha cara também considero justo o mesmo tratamento,não é?
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