sábado, 2 de fevereiro de 2013

Lidando com Altos e Baixos na Vida

De vez em quando eu já ouvi alguém dizer “As coisas estão indo tão bem que eu até fico com medo de passar a fase boa e vir, então, uma fase ruim”. Será que isso é verdade, que depois de uma fase boa tem que vir uma ruim, e vice-versa? Será que a vida não poderia ser simplesmente constante?

Pode até parecer crendice, mas estas fases realmente acontecem com quase todos que nos relacionamos. O motivo é que temos nossas próprias naturezas e as pessoas que nos relacionamos também têm as delas e, como não há naturezas iguais (embora as pessoas insistam em se rotular), surgem duas situações quando pessoas interagem entre si: ressonância, quando um complementa o outro de uma forma positiva; e dissonância, quando uma natureza obstrui a outra.

Tudo seria fácil se simplesmente pudéssemos definir quem nos é ressonante e quem nos é dissonante. Apenas deixaríamos de lado aqueles que nos obstruem e nos aproximaríamos daqueles que nos complementam. Mas isso não é tão simples assim. No que diz respeito à grande maioria das pessoas com as quais lidamos no dia a dia, há aspectos ressonantes que nos ligam a elas, mas também há aspectos dissonantes que nos colocam em conflito, com as mesmas pessoas. Essa ambiguidade se manifesta ciclicamente, em certos momentos preponderando relações harmoniosas e, em outros, preponderando conflitos.

Pessoalmente eu não gosto deste tipo de ciclo. Digo isso porque, quando isso acontece, há momentos bons mas que sempre atingem um certo limite (não o excedendo), só para reverter na outra direção do ciclo, onde as coisas tendem a piorar. Uma saída óbvia é procurar outras pessoas para se relacionar mas isso nem sempre é ideal. Afinal as pessoas têm laços emotivos e eles não se quebram apenas porque tomamos uma decisão. Separar-se fisicamente, e manter-se ligado emocionalmente, é ser incompleto. É algo que acontece, mas fica uma pendência que não vai simplesmente desaparecer.

Deixar pessoas para trás, como uma forma padrão de desenvolver relacionamentos, não é uma boa ideia também por um outro motivo: é que nenhum relacionamento vai se aprofundar se você descarta-lo por causa dos altos e baixos. A saída seria enriquecer sua própria identidade, complementando sua natureza, e também a identidade da outra pessoa. E a forma de fazer isso é através da comunicação. Ao relacionar-se com alguém, ambos os lados eventualmente sentem satisfação e insatisfação, e estas sensações são a base do aprendizado. É claro que tudo fica mais fácil quando, além de aprenderem por si próprias, as pessoas mantêm o diálogo, compartilhando o que descobriram.

Essa afinação entre pessoas pode levar anos mas, de tempos em tempos, ela dá saltos e, quando este salto acontece, vale a pena todo o esforço. A partir daí, os altos e baixos até continuam, mas se resolvem mais rápido e você se sente melhor na maior parte do tempo. Por esta afinação de consciência ser uma alternativa tão melhor do que deixar pessoas para trás, vale a pena reconsiderar se você se distanciou de alguém.

Estou falando muito em relacionamentos, mas que tipo de relacionamentos? Eu me refiro a qualquer tipo de interação que persista entre duas ou mais pessoas. Seja na amizade, no trabalho, no amor, no que quer que seja. Quando você perceber este tipo de ciclo de satisfação e insatisfação em setores da sua vida, tente associar o ciclo às pessoas, mesmo que se trate de trabalho, ou de dinheiro. Então descubra que tipo de interações com as pessoas interferem de forma positiva, e que tipo de interações interferem de forma negativa, aprendendo assim sobre o aspecto humano que diz respeito ao que você está interagindo. Comunique-se então com as outros para harmonizar-se, e reduzir o impacto da variação entre altos e baixos. Vale ressaltar que a sinceridade deve pautar seus relacionamentos, uma vez que tudo que é sólido depende dessa qualidade.

Estes conceitos também se aplicam na magia, que diz respeito às relações com o invisível. Existem consciências relacionadas ao trabalho, ao dinheiro, ao amor e a muitos outros aspectos da vida e também, com estas consciências, muitas vezes ocorrem ciclos. Porém, antes de tentar transformar o mundo externo através da magia, transforme a si mesmo, harmonizando-se internamente. É impossível harmonizar-se com o mundo ao seu redor se a harmonia não estiver dentro de si. Portanto, na magia, busque primeiramente a harmonia interior, sempre. De forma secundária, você expande esta harmonia para o exterior.

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