sábado, 27 de abril de 2013

Algumas Bases Numerológicas

Na experiência de contato com o Sagrado Anjo Guardião (veja o post Falando de Minha Própria Iniciação na Magia), há uma comunhão com o Círculo que representa a consciência da própria divindade (veja o post O Maior Círculo em que Alguém Pode se Iniciar). Não que a divindade esteja isolada neste Círculo, pois na realidade ela está presente em tudo, e é tudo. Na verdade o Círculo simplesmente abrange a consciência desta divindade, ao passo que aquilo que se distancia dele representa a inconsciência da mesma. Mas, enfim, quando a iniciação ocorre, comunga-se com a essência deste Círculo, a qual é a busca da pura e plena realização de si e de tudo o mais, uma vez que, em essência, a divindade nada nega e a tudo afirma, inclusive afirmando o mago. Assim, a partir daquele momento, mesmo que não se esteja plenamente consciente disso, o mago passa a buscar a realização de si mesmo.

Mas, numa realidade de aparentes contradições de interesses, é um pouco difícil compreender como a busca da realização de si mesmo pode estar em harmonia com tudo o que há. Afinal, se busco meu interesse, não estou negando o interesse alheio imediatamente oposto ao meu? A resposta é que esta é uma busca gradual, sempre impulsionada primeiramente pelo amor a um ideal e, depois, pela necessidade de realizar algo. É a disposição de sacrificar-se, de devotar a própria vida com sinceridade, que acaba por determinar o mérito e até onde se poderá prosseguir nesse caminho. Se a motivação for fútil, o caminho será curto, se sequer começar. Há um momento em que se fica satisfeito com o ponto em que se chegou, ou se conquistou. Ou então, os desafios parecem grandes demais e a vantagem de permanecer como se está parece muito sedutora.

Não se pode fingir ter um ideal. A vida se apresenta muitas vezes atraente e ambígua, e fazemos escolhas, mesmo sem percebermos. Mas é quando aceitamos algo como maior do que nós mesmos, como por exemplo, a percepção da natureza como um todo e a importância de protegê-la, ou algo mais singelo como o amor a um filho ou filha e a disposição de protegê-lo(a) sacrificando-se, que torna alguém dígno de prosseguir no caminho da magia. Esta é a chave para harmonizar a realização de si mesmo com a realização de tudo o mais: o amor. Quando se ama a realização alheia é também a própria realização. Dessa forma o amor sempre faz parte da vida do mago: por uma causa, pelo cônjuje, pelos filhos, pela natureza, etc. Frequentemente diversas formas de amor juntas.

Tendo isso em mente, é possível afirmar quando um mago começou seu caminho (no momento de seu encontro com o Sagrado Anjo Guardião), mas não se sabe até onde ele prosseguirá. No entanto, existe um padrão que se repete sucessivamente neste caminho. São três ações básicas (cujos termos vou emprestar aqui da astrologia):
- cardinal: representando o esforço para se criar algo novo. É a busca de um objetivo mesmo quando ainda nada se tem em mãos;
- fixa: representando o esforço para consolidar algo que já se criou mas que necessita de raízes fortes e profundas;
- e mutável: representando o esforço para desvencilhar-se de algo que se fixou tanto a ponto de estagnar-se, quebrando padrões antes firmemente estabelecidos.

Estas ações são cíclicas e são cada vez mais perceptíveis no caminho do mago, embora no começo ele ainda não as compreenda. Na realidade eu levei muito tempo para compreender este ciclo e, assim, senti-lo e começar a antecipá-lo. Foram-se alguns anos até então. Mas eu estou colocando no meu blog muito de minha própria história e não tem como contar algo sem dar sentido ao que se está contando. Compreender os ciclos é importante para apreender este sentido. Uma metáfora para se entender a natureza destes são as estações do ano: sempre passamos por elas, sempre vivemos mês após mês, e cada mês tem suas próprias qualidades.

Ainda sobre os padrões que foram definidos (cardinal, fixo e mutável), estes representam as experiências do mago com sua própria Sombra (o que lhe é oculto de sua mente consciente - veja o post Expandindo a Consciência Além do Ego). Mas embora estes padrões sejam verdadeiros, são pouco úteis para compreendermos a natureza de cada parte deste ciclo no caminho do mago, podendo ser divididos em categorias mais específicas. No entanto, quantas são estas categorias? Vamos fazer alguns testes agora.

Os três padrões desdobrados em dois cada um, seriam um total de seis símbolos (3 vezes 2). Mas são suficientes? A prática mostra que não quando tentamos interpretar a situações práticas apenas com seis símbolos.

E se desdobrássemos os três padrões originais em outros grupos de três, então teríamos nove símbolos (3 x 3). Esta é a base da numerologia contemporânea onde o zero é ignorado e são considerados os algarismos de 1 a 9.

Mas ainda existe uma certa duplicidade de sentido em cada um destes nove algarismos (eles podem significar uma de duas coisas, o que não é muito específico). Para sermos mais específicos, vamos desdobrar cada um destes nove símbolos em dois, resultando dezoito símbolos (9 x 2), sendo que cada um terá um sentido bem nítido. Ou seja:

- 1 desdobrado = 1 mesmo e também 10 (1+0=1);
- 2 desdobrado = 2 mesmo e também 11 (1+1=2);
- 3 desdobrado = 3 mesmo e também 12 (1+2=3);
- 4 desdobrado = 4 mesmo e também 13 (1+3=4);
- 5 desdobrado = 5 mesmo e também 14 (1+4=5);
- 6 desdobrado = 6 mesmo e também 15 (1+5=6);
- 7 desdobrado = 7 mesmo e também 16 (1+6=7);
- 8 desdobrado = 8 mesmo e também 17 (1+7=8);
- 9 desdobrado = 9 mesmo e também 18 (1+8=9).

Vamos utilizar então uma numerologia de 18 símbolos. Eu não pretendo falar sobre todos eles muito rapidamente. De fato, nos posts que seguirão, eu vou procurar intercalar a definição dos mesmos (um a um) com outros fatos que estejam relacionados. Isto tudo será com o tempo, porém no próximo post (na semana que vem) eu vou colocar algumas curiosidades numerológicas: testes que você pode realizar por si só e começar a “brincar” com a numerologia.

Desculpem-me a linguagem matemática deste post que lhes apresento agora, mas eu julguei importante colocar essa sequência de raciocínio. Eu devo lhes dizer que, de tempos em tempos, eu vou precisar falar com este tipo de jargão. Mas vou fazer um esforço para ser claro.

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