sábado, 20 de abril de 2013

Amadurecendo na Forma de Buscar o Conhecimento

No post Sabedoria e Entendimento, eu expus como estes dois atributos da consciência começam a ser instilados, no mago e em sua rede de ressonância, como um dos primeiros “efeitos”, por assim dizer, do encontro com o Sagrado Anjo Guardião (veja o post Falando de Minha Própria Iniciação na Magia). Assim, eu coloquei como eu próprio percebi esta experiência. No entanto, o que eu não me aprofundei foram alguns erros de julgamento pelos quais eu me deixei levar na época.

De fato, por sentir que tinha um acesso diferente ao conhecimento que não era a via comum, eu cheguei a extrapolar até onde eu poderia me desenvolver no que diz respeito ao conhecimento, e se um dia eu poderia me considerar extremamente culto... Esses pensamentos, é claro, foram expressões da minha própria vaidade naquele momento: ilusões (a verdade é que nunca se está livre de ilusões, e iludido está quem acreditar que está livre delas). O que estava acontecendo não se tratava da imersão em um conhecimento enciclopédico e sim de um exercício maior de atributos humanos (como se fossem “músculos” que se pode utilizar melhor) que se referem à consciência, mas que também são frutos da comunhão com algo além de nós mesmos. Eu levei alguns anos até que percebesse a vaidade do que estava sentindo.

Eu acabei descobrindo a respeito de minha própria forma de aprender. Por exemplo, eu me sinto compelido a ler sobre algo quando eu percebo uma possibilidade de aplicar o conhecimento sobre o qual a leitura se refere, mesmo que seja uma aplicação ainda que apenas remotamente possível (afinal, não é porque algo não pode ser aplicado numa situação imediata que não tenha sentido como um objetivo, ou meta).

Eu também sempre me senti estimulado a ler escritos antigos, como o Apocalipse, ou então O Evangelho de Tomé, encontrado junto aos manuscritos do Mar Morto, em uma caverna de Nag Hammadi. Isso em 1945. É interessante como que textos escritos em uma linguagem simbólica nos tocam interiormente. Quanto mais vivemos e quanto mais aprendemos, mais tais textos nos revelam. Quanto aos comentários modernos que os acompanham, eventualmente eu até leio um ou outro, ou então artigos a respeito, mas quando eu me proponho a ler uma destas obras, eu tento focalizar na mensagem da forma que foi escrita, para poder sentir como ela (a mensagem) interage comigo e aprender com essa interação. É claro que há muito que permanece oculto a mim quando me aventuro a ler um texto destes, mas isto é normal. Anos depois, quando eu tentar relê-lo, eu fico satisfeito quando consigo extrair um pouco mais. É sinal de que amadureci mais um pouco.

Outro livro que vale a pena ler, e reler, e que (apesar disto não ser claro para muitos) possui muitos conceitos ocultos é As Mil e Uma Noites, em que muitos conceitos dos sufis são colocados ali. O sufismo tem paralelos com a busca de um mago principalmente no que diz respeito a buscar a comunhão com o Círculo maior, o qual representa a essência da divindade que em tudo se manifesta (veja o post O Maior Círculo em que Alguém Pode se Iniciar para conferir minhas próprias definições a este respeito). Nas Mil e Uma Noites existem muitas estórias, que alguns percebem apenas como meras estórias, mas há padrões que se repetem inúmeras vezes e, prestando atenção, pode-se tornar capaz de compreendê-los. Ali você percebe que o Islamismo é muito mais do que a postura radical que se faz destacar atualmente.

Na realidade eu tenho o que se chama de perfil generalista. Eu possuo mais facilidade em encontrar relações dentro de um contexto amplo, ou entre diversos contextos, mas eu não tenho a profundidade da visão especialista, a qual é muito rica em detalhes mas é concentrada em contextos específicos. No mundo atual ambos os perfis são úteis. Porém foi justamente por causa do meu perfil que eu criei meu blog da forma que é. Eu percebi que seria muito difícil para mim escrever extensivamente sobre qualquer tema mas que, por outro lado, seria muito simples contar algo a respeito de mim mesmo, e de minha própria história em larga medida, e que assim eu conseguiria demonstrar um ponto de vista generalista.

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