sábado, 1 de junho de 2013

O Número 2 e sua Relação com Meus Primeiros Contatos com a Bruxaria

Após estudarmos o número 1 (no post Compreendendo o Número 1 no Sistema de Numerologia de 18 símbolos), vamos então para o número 2. O número 2, com sua natureza fixa, estabelece algo, concretizando-o, mas aquilo que é concretizado não é exatamente sólido (estrutural), nem é uma experiência emocional, nem é um estado de consciência especial. Na realidade, o que é concretizado pelo número 2 é uma vivência: uma experiência nova, dentro de um contexto diferente, que é vivida intensa e extensamente. Nesta vivênvia você percebe algo de si mesmo e do que realmente é capaz de realizar. É a descoberta de seu próprio mérito quando diante de um desafio realmente novo.

As pessoas que têm este número associado às suas datas de nascimento (descubra como calcular também no post Compreendendo o Número 1 no Sistema de Numerologia de 18 símbolos) são pessoas cujas atitudes e pensamentos se identificam com o número 2, e que se permitem mergulhar de cabeça em experiências novas e intensas, aprendendo algo sobre si mesmas, e frequentemente têm a sensação de terem realizado algo especial, ou seja: de terem provado seu próprio valor. Isso inúmeras vezes.

No meu caminho pessoal na magia, eu vivi nitidamente o número 2 quando me aventurei a escrever os Ensaios Esotéricos para o site Yogabrasil. Eu contei parte desta história aqui, no post Sabedoria e Entendimento do blog O Mestre Que Nada Sabe, mas certamente há mais a dizer do que foi exposto ali, tão sumariamente. Na realidade, o contato que eu tive com a Eloísa Vargas, e com outras pessoas, trouxe à minha consciência o que de fato é a Bruxaria.

Durante a minha infância, eu cresci com aquelas ideias de contos de fadas onde eram separadas as fadas e as bruxas, nos quais as fadas sempre eram boas e as bruxas sempre más, ainda que, pensando um pouco na literatura infantil, no livro O Maravilhoso Mágico de Oz (The Wonderful Wizard of Oz) de Lyman Frank Baum, já apareciam os termos “bruxa boa” e “bruxa má” (revelando talvez um início de dissolução do preconceito em relação à Bruxaria). Essa era então a bagagem que eu tinha em minha mente sobre as bruxas até quase meus 30 anos de idade. Então aconteceu de que eu de fato conheci duas amigas bruxas e, mais tarde, no breve período em que estive em contato com o Yogabrasil, eu pude compreender do que realmente se trata a Bruxaria.

A Bruxaria é extremamente bela em seus conceitos, mas de uma forma que não parece tão clara para quem a vê de fora. Nela existem a Deusa (a qual representa todas as deusas) e o Deus Cornífero (o qual representa todos os deuses), sendo este o consorte da Deusa. A princípio pode parecer que a Deusa e o Deus sejam distintos dos outros seres (como que meros mortais), mas a ideia não é essa. Na realidade a Deusa é a consciência que interliga e harmoniza todas as coisas, identificada com o planeta Terra e com a Lua. É por isso que ela é tão grandiosa, e tão central na Bruxaria. E também é por isso que o papel das mulheres é tão valorizado e distinto na mesma: as mulheres representam a Deusa.

Já o Deus Cornífero simboliza a totalidade dos atos individuais que buscam renovar o todo. Ele nasce da Deusa, sendo seu filho, e mais tarde será também representado no masculino que corteja o feminino, e também no masculino que se une ao feminino, fecundando-o e renovando-o. Toda essa simbologia é associada aos ciclos da passagem do ano, que se relacionam com os incessantes movimentos de nascimento e morte representados pelas estações do ano (primavera, verão, outono e inverno).

Se há algo que não há na Bruxaria (quando interpretada de forma consciente), é a idolatria. Idolatria é adorar algo acima de si mesmo, colocando-se abaixo. É desvalorizar a si para valorizar outro objeto. Na Bruxaria, Deusa e Deus são vivos em todos os seres. Somos Deusa e Deus. É como se fizéssemos parte de um mesmo corpo. Só que, nessa analogia, existem partes distintas, umas mais conscientes e outras menos (da mesma forma Deusa e Deus existem também como consciências, e são acessíveis). A Bruxaria, portanto, é essencialmente uma visão panteísta, onde tudo é divino. O meu post Quando Tudo é Divino: um Universo sem Criador e sem Criatura expõe também uma visão panteísta, porém não relacionada diretamente com a simbologia da Bruxaria, embora não seja contraditória à mesma.

Revendo a ação do número 2 no meu caminho da magia, eu me sinto bem ao perceber que foi justo no contexto da Bruxaria que eu vivi o desafio que este número me propôs, travando contato com pessoas ligadas à antiga religião, e ao mesmo tempo escrevendo meus Ensaios Esotéricos, que eram então publicados. Eu devo dizer que não conseguiria descrever toda a extensão da Bruxaria neste post se eu assim o desejasse. Há muitos mistérios, sendo que alguns eu tive o mérito de compreender, e há uma multitude que estão além do meu alcance. Somente como exemplo, perceba que a Bruxaria envolve certamente a magia com elementos da natureza porque ela diz respeito a tudo o que há, mas ela não nega outros tipos de crença e de expressão pois, ao envolver tudo, também aceita esta diversidade. Assim, rotulá-la é sempre um erro.

No próximo post, eu vou falar a respeito do número 3 no sistema de numerologia de 18 símbolos e, a partir deste número, vou dar continuidade à narrativa do meu caminho na magia, contando novos fatos. Como eu citei uma vez, no post Algumas Bases Numerológicas, o caminho de um mago sempre é pautado por um ciclo que envolve constantemente buscar algo novo, sedimentar e estabelecer algo, e então desvencilhar-se do que fez para poder prosseguir adiante. Estas três ações são as bases de um sistema de numerologia e eu procurei mostrar que isso já vem sendo percebido pela humanidade há muitos milênios (no post Goécia: Refletindo Sobre o que Marginalizamos no Inconsciente).

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